sábado, 28 de agosto de 2010

Trabalho Escravo

Operação liberta sete pessoas em fazenda de esposa de deputado no Mato Grosso


Operação liberta sete pessoas em fazenda de esposa de deputado no Mato Grosso
Barracos oferecidos pela empregadora não tinham condições de higiene e segurança (Foto: Divulgação/MTE)
São Paulo – Uma operação fiscal libertou sete trabalhadores da Fazenda Paineiras, em Juara (MT). A informação é de Bianca Pyl, da Repórter Brasil. A propriedade pertence à Janete Riva, esposa do deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Mato Grosso (AL-MT), José Riva (PP). Dos 51 empregados encontrados na fazenda, 42 estavam sem registros e anotações na Carteira de Trabalho e da Previdência Social (CTPS) e sete eram mantidos em regime de trabalho escravo.
De acordo com as investigações, os funcionários pagavam por suas ferramentas, dormiam em locais improvisados e em condições precárias, a jornada de trabalho era extenuante e o descanso semanal não era remunerado. Os trabalhadores que recebiam salário não eram pagos corretamente e não havia nenhum quipamento de Proteção Individual (EPI). Não foi encontrado qualquer material de primeiros socorros no local.
A equipe contava com funcionários do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Polícia Civil (PC) e ocorreu no final de abril, após recebimento de denúncia.
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No dia 23 de abril, Janete Riva, a dona da fazenda realizou os pagamentos das verbas rescisórias devidas, que superou R$ 33 mil, e destinou os valores referentes aos danos morais individuais, cerca de R$13 mil. O Ministério do Trabalho (MTE) lavrou 17 autos de infração. Já o Ministério Público do Trabalho (MPT) encaminhou o caso ao Ministério Público Federal (MPF)  para que o crime  de trabalho análogo a de escravo (Artigo 149 do Código Penal) e a sonegação de contribuições federais sejam apurados.
Janete Riva se recusou a assinar o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), um termo de compromisso em que a pessoa assume de se adequar a lei, proposto pelo MPT. Sendo assim o MPT ajuizou uma ação civil pública contra a fazendeira, com um pedido de indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 1 milhão e o pagamento de despesas com a divulgação de campanha de combate ao trabalho escravo em emissoras de rádio. Segundo o ministério a ação ainda não foi julgada.

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