quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Cuide do seu fígado

Ele sofre silencioso, aguenta as conseqüências dos exageros da gula e do álcool e quando dá algum sinal é o aviso para cuidar da saúde e repensar o estilo de vida. Estamos falando do fígado, o principal e maior órgão interno que, entre suas muitas funções, é responsável por processar os alimentos após sua absorção no intestino, por regular o metabolismo dos carboidratos, proteínas e gorduras que ingerimos, pela síntese e metabolismo do colesterol e alguns hormônios, além da metabolização dos medicamentos e depuração de produtos tóxicos aos quais o organismo está freqüentemente exposto.

"Por ser um órgão vital para o ser humano, a manutenção de um bom funcionamento das funções hepáticas é fundamental para uma vida saudável", enfatiza o médico hepatologista Élson Vidal Martins Junior, diretor do Centro de Diagnóstico e Tratamento das Doenças do Fígado do Hospital da Beneficência Portuguesa de Santos. É o único da região que mantém uma unidade específica para tratamento dos males do fígado, entre eles as hepatites virais.

DOENÇAS HEPÁTICAS

Além das hepatites virais, outros graves problemas podem atingir o fígado como as hepatites alcoólicas e medicamentosas, esteatose hepática, doenças genéticas (como hemocromatose, caracterizada por excesso de ferro, e Doença de Wilson, excesso de cobre) e auto-imunes. E o pior é que geralmente as doenças evoluem sem apresentar nenhum sintoma. "Icterícia, o popular amarelão, e sintoma de lesão aguda ocorrem em fases mais avançadas em conjunto com a ascite (barriga d`água) e predisposição a hemorragias. O ideal é fazer periodicamente uma avaliação laboratorial e sorológica para pessoas com fatores de risco ou expostas", recomenda o médico Élson Vidal.

Segundo estimativas da OMS, em média de 2% a 3% das pessoas têm algum dos seis tipos existentes de hepatites (A, B, C, D, E e G). A do tipo C, para a qual ainda não há vacina, é considerada hoje um problema de saúde pública no mundo. A estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta para cerca de 200 milhões de pessoas infectadas com o vírus da hepatite C (no Brasil, calcula-se três milhões) e 300 milhões de portadores de hepatite B crônica. Boa parte desconhece ser portador do vírus, já que a doença evolui silenciosamente.

O FIGADO DE PROMETEU

Prometeu é um dos titãs da mitologia grega, celebrizado pela peça teatral escrita por Ésquilo 462 anos antes de Cristo. A história narra a punição que lhe é imposta por Zeus, pelo crime de roubar o fogo da inteligência dos deuses e dá-lo aos homens. Ele é acorrentado a um rochedo onde uma ave vem dilarerar-lhe o fígado diariamente. O fígado regenera-se à noite e, assim, a punição se torna eterna, para seu azar. Para nosso azar, de pobres mortais, os problemas do fígado não têm fácil solução.

SINAIS DE RISCOS

Alguns sinais e sintomas podem indicar a ocorrência de lesão hepática: icterícia (coloração amarelada da pele e olhos); urina escura e fezes esbranquiçadas; dor e inchaço abdominais; hematomas cutâneos e sangramento digestivo; fadiga crônica, náusea e perda de apetite. Élson Vidal lembra que a prevenção é o mais importante e a pessoa deve solicitar ao médico a inclusão dos testes de função hepática e sorologias para hepatite durante os exames de rotina.

COMO SE PROTEGER

Evite consumo desnecessário de medicamentos e não misture remédios sem escutar o médico; evite consumo de drogas (além da dependência química e psicológica, drogas como cocaína, ecstasy e solventes são tóxicos para o fígado); evite consumo abusivo de bebidas alcoólicas; não misture medicamentos com álcool; evite se expor e inalar solventes; utilize máscaras em caso de exposição prolongada a inseticidas, tintas e combustíveis e luvas para manipular esses produtos, que podem ser absorvidos pela pele; utilize preservativos nas relações sexuais; não compartilhe material de manicure e de barbear; adote uma alimentação saudável e balanceada, evitando gorduras e alimentos ricos em colesterol e ingerindo doces com moderação. Certifique-se da procedência de alimentos como ostras e mariscos, que podem ser contaminados com o vírus da hepatite A.

Em caso de diabetes, é importante manter a glicemia dentro dos parâmetros recomendados pelo seu médico. A manutenção do peso é fundamental, já que a obesidade é uma das principais causas de dano hepático. Faça atividade física regular e, se estiver fazendo dieta para emagrecer, assegure-se da ingestão de vitaminas e sais minerais de que seu organismo necessita.

PREVENÇÕES E TRATAMENTOS

A hepatite B pode ser prevenida através de vacinação. Já para o tipo C, transmitida principalmente através de sangue contaminado, não há vacina e o melhor é evitar procedimentos de risco (tatuagem, piercing, uso comum de aparelhos de manicure, barbear, seringas). O vírus da hepatite C sobrevive no meio ambiente por até 72 horas e, o do tipo B, por uma semana.

O médico Élson Vidal explica que os tratamentos para as doenças hepáticas são muito eficazes atualmente, especialmente para as hepatites virais B e C. "Outras doenças hepáticas também têm tratamento, mas é importante tratar cada caso individualmente. Além disso, temos o transplante hepático com ótimos resultados". A unidade de doenças do fígado da Beneficência Portuguesa desde o ano passado vem atendendo pelo SUS os pacientes encaminhados pela Secretaria de Saúde de Santos, após a confirmação da doença.

GORDURA NO FÍGADO

A esteatose ou esteato-hepatite, conhecida popularmente como gordura no fígado, é uma doença silenciosa que atinge pessoas obesas, com colesterol ou triglicérides elevados ou com diabetes. O acúmulo de gordura no fígado, mesmo sem ingestão alcoólica, pode causar cirrose e, em alguns casos, até mesmo câncer de fígado. "Mas é potencialmente reversível, se suas causas forem diagnosticadas e corrigidas", esclarece o médico João Galizzi Filho, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia.

Segundo ele, esta é a alteração no fígado mais freqüente em todo o mundo, ocorrendo em crianças e adultos. "Sabe-se que a esteatose acomete crianças acima dos 10 anos de idade, como também adultos situados na faixa etária entre 20 e 60 anos. O sexo feminino é o mais comprometido (de 60 a 80%) e mulheres diabéticas com idade superior a 50 anos teriam um maior risco de desenvolver a doença". Nos EUA, onde a população engordou muito, é conhecida como fatty liver (fígado gorduroso), estando presente em 20% da população geral e em até 40% das pessoas a partir de 50 anos.

"Os tratamentos indicados para este tipo de doença são a perda de peso a partir de uma dieta elaborada, os exercícios físicos regulares e moderados e, se necessário, correção dos níveis da glicose (se há diabetes), colesterol e triglicérides com a ajuda de medicamentos", recomenda o médico.

MITOS E VERDADES

Dor-de-cabeça não é sintoma de dano hepático. Na maioria das vezes trata-se de quadro de enxaqueca.

Os sintomas atribuídos ao fígado são, geralmente, decorrentes de doenças gástricas ou esofágicas.

Medicamentos "hepatoprotetores" (daqueles que costumam ser tomados depois de uns goles a mais ou exagero na comida) não possuem respaldo científico, bem como os chás de ervas medicinais.

Hemorróidas: novo procedimento cirúrgico

Hemorróidas: 50% da população mundial têm ou vai ter sintomas da doença.

Novo procedimento cirúrgico é menos invasivo, diminui consideravelmente o risco de reincidência da doença, possibilita um menor período de internação hospitalar, um pós-operatório bem menos doloroso e permite ao paciente retomar em poucos dias as suas atividades rotineiras.

Quando se fala em hemorróidas, o preconceito vem à tona e muitas pessoas que possuem a doença não procuram tratamento médico. Não existem dados precisos sobre a incidência no Brasil, mas segundo especialistas, as estimativas apontam que 5% a 12% da população sofrem com a doença. Nos Estados Unidos, 50% dos americanos acima de 50 anos são portadores de hemorróidas. No entanto, apenas 5% destes procuram auxílio médico. Outros dados mostram que 50% da população têm ou vai ter sintomas relacionados à doença em algum momento da vida. A faixa etária com maior incidência do problema está entre 45 a 65 anos.

A doença hemorroidária, conhecida popularmente como hemorróidas, consiste na dilatação dos vasos sanguíneos presentes na região do ânus, em sua parte interna, de maneira semelhante às varizes das pernas, podendo causar desconforto como sensação de volume no ânus, dor, sangramento e, nos casos mais avançados, a saída das hemorróidas pelo ânus após a evacuação, tecnicamente denominado prolapso hemorroidário.

O tratamento das hemorróidas pode ser clínico ou cirúrgico. “Nos casos iniciais, em que os vasos sanguíneos dilatados não são tão volumosos, o tratamento clínico permite um controle adequado da doença, promovendo a redução do desconforto e a melhora da dor e do sangramento, além de evitar a progressão da doença”, alerta o cirurgião do aparelho digestivo Alexandre Sakano.

Procedimentos cirúrgicos ambulatoriais, feitos em consultório e sem necessidade de internação ou anestesia, podem ser aplicados nas hemorróidas em suas fases iniciais. Os mais comuns são o congelamento, no qual se aplica gás carbônico nas hemorróidas, o que promove um congelamento dos tecidos e necrose da hemorróida, e a ligadura elástica, em que se aplica um elástico na base da hemorróida, cortando sua circulação e conseqüente necrose.

“Porém, nos casos avançados, a cirurgia é a única opção realmente eficaz para a solução do problema”, esclarece o especialista Alexandre Sakano. A cirurgia tradicional, muito temida, exige a realização de cortes na pele próxima do ânus para retirada dos vasos sanguíneos doentes, causando dor intensa no pós-operatório e recuperação bastante lenta e desconfortável, até a cicatrização das feridas operatórias.

Segundo o cirurgião, atualmente a mais nova opção para o tratamento das cirurgias de hemorróidas é um aparelho chamado PPH® (procedimento para prolapso hemorroidário). O método consiste na retirada das veias salientes e no lugar dos tradicionais cortes e pontos, são usados grampos de titânio na parte interna do ânus, não deixando, portanto, feridas na parte externa, local de maior sensibilidade da região anal.

Um estudo internacional envolvendo aproximadamente 70 portadores de hemorróidas comprova que a técnica cirúrgica que faz uso do sistema PPH® apresenta índices elevados de eficácia com relação a diferentes aspectos, como a reincidência da doença e ausência de dor. Os números demonstram que 93% dos pacientes operados por este método, após 33 meses (em média), aprovaram a cirurgia, relataram mínima dor pós-operatória e a eliminação por completo do problema, sem reincidência.

O PPH® possibilita ao paciente operado retorno às atividades diárias em poucos dias e menos de 24 horas de internação, ao contrário da técnica convencional que necessita em média, o dobro do período de internação hospitalar e causa um pós-operatório lento e doloroso. O tempo médio da cirurgia com esse moderno procedimento também é menor, em torno de 30 minutos”, diz o cirurgião.

O PPH® é uma opção de tratamento recente no Brasil e nos Estados Unidos, porém, amplamente utilizado na Europa, onde o procedimento foi adotado desde o final da década de 1990. Com o passar dos anos, o tratamento se aprimorou e hoje, as técnicas de cirurgia para o tratamento das hemorróidas amenizam dores e sangramento, além dos constrangimentos aos portadores da doença.

Embora tenha sido observada essa recente mudança de hábito, o preconceito ainda é muito grande no Brasil. É preciso desmistificar a doença e acabar definitivamente com o preconceito. Desta forma, os pacientes deixarão o preconceito de lado e procurarão tratamento nas fases iniciais da doença, o que torna a cura muito mais simples e rápida.

Mitos e verdades sobre hemorróidas

1. Os homens sofrem mais de hemorróidas do que as mulheres.

A proporção entre homens e mulheres que sofrem de hemorróidas é a mesma. Durante o período gestacional, ocorre um acúmulo de líqüido corporal e uma dificuldade natural de retorno venoso, o que pode acarretar o aparecimento da doença em mulheres grávidas.

2. Relação sexual anal causa hemorróidas.

A formação de hemorróidas ocorre devido a uma predisposição genética e a outros fatores desencadeantes, não estando vinculada com o tipo de relação sexual.

3. Prisão de ventre e dificuldade de evacuar causam hemorróidas.

As causas da doença são várias: fatores alimentares, hereditários, higiênicos e principalmente o tipo de hábito intestinal do indivíduo. O esforço ao evacuar pode predispor ao aparecimento de hemorróidas.

4. Hemorróidas podem se transformar em câncer.

Isso não acontece. Porém os sintomas de hemorróidas, principalmente a presença de sangramento, podem ser muito similares aos apresentados em portadores de câncer do reto e intestino.

5. As hemorróidas podem voltar após a cirurgia.

O retorno dos sintomas após a remoção das hemorróidas não é comum. Ocorrem em cerca de 2 a 3% dos casos, independente da técnica.

6. Álcool e condimentos como pimenta são fatores desencadeantes de hemorróidas.

A pimenta, o álcool e alimentos condimentados não são a causa do surgimento de hemorróidas, porém os portadores da doença podem ter um agravamento do quadro ao ingeri-los.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Noivos desconhecem leis na hora do casamento civil

Maio é conhecido como o  mês das noivas,  mas a maioria dos casamentos no Brasil acontece em dezembro, segundo pesquisa dos registros civis feitas pelo IBGE em 2008 e 2009. Quem trabalha nesse mercado tem, em geral, duas explicações: as férias-coletivas nas empresas ou nas escolas e o décimo terceiro salário, que sempre ajuda a pagar a festa.
Com todas as atenções voltadas para a cerimônia, a lista de presentes, convites, roupas, os noivos não tomam conhecimento de leis que regulamentam o casamento. As regras, que estão no Código Civil, em vigor desde 2002,  nem sempre são seguidas. Em tese, o descumprimento poderia anular o contrato nupcial.
Uma das regras: a cerimônia é feita, obrigatoriamente, com as portas abertas – tanto no cartório, quanto na igreja ou numa casa de festas. A norma está prevista no Código Civil. “O casamento é um ato público e qualquer pessoa tem o direito de entrar e interromper se tiver alguma objeção”, como explica a juíza de paz Sônia Novaes.
E se alguém ficar em dúvida?
Outra: se um dos noivos ficar em dúvida na hora de dizer “sim”, e só depois decidir que quer casar mesmo, terá que esperar, no mínimo, um dia.
“Não pode hesitar, nem titubear. Se acontecer, nós não podemos realizar no mesmo dia. Só 24 horas depois, o ato poderá voltar a se realizar. É bom para que se repense, afinal é uma decisão para toda vida. Quando estiver tudo certo, os noivos devem remarcar a data e não é necessário pagar taxas novamente”, explica a juíza Sônia.
As taxas que a juíza se refere somam quase R$ 400 para formalizar o casamento em cartório, no Rio de Janeiro. Não é barato, mas quem comprovar pobreza pode casar gratuitamente.
'Eu vos declaro casados'
O Código Civil também determina que todo celebrante confirme a união de um casal com uma frase: “De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados".
Para essa regra não há motivo especial. “Com essas palavras eu estou declarando que eles se tornaram marido e mulher, é força da lei mesmo”, esclarece a juíza.
Sônia Novaes também destaca outras possibilidades que poucos noivos sabem: “Atualmente é possível que a noiva fique com o nome de solteira e o noivo pode ter o sobrenome da mulher. Além disso, já é permitido modificar o regime de partilha de bens depois de casados.”
Casamento de quem está à beira da morte
Existe ainda a possibilidade de um "casamento nuncupativo", nome técnico para a cerimônia realizada quando um dos noivos está em risco iminente de morte – sem presença de um juiz ou celebrante. Isso pode acontecer no leito de um hospital, e o momento tem que ser acompanhado por seis testemunhas, que não podem ser parentes de até segundo grau dos noivos. Depois, mesmo que o doente tenha falecido, a outra parte tem até dez dias para ir a um cartório dar entrada nos papéis e regularizar o casamento.
“Esse tipo de união é rara, mas já aconteceram alguns casos. É importante que as testemunhas saibam que serão chamadas pelo juiz do cartório para contar como foi o ato e confirmar se a vontade dos noivos era legítima”, diz a oficial de cartório Priscilla Milhomem.
 

Mosquito transmissor da dengue pode carregar dois vírus da doença ao mesmo tempo

Pesquisadores de Minas Gerais descobriram que o mosquito transmissor da dengue pode carregar dois vírus da doença ao mesmo tempo. A preocupação é que, com isso, aumentem os casos de dengue hemorrágica.
Amanda considera quase um milagre estar bem com o pequeno Miguel. No começo da gravidez, ela teve dengue hemorrágica. Foram 20 dias de tratamento.
“Foi muito difícil a recuperação. Ela é muito lenta. Ela é mais lenta que a dengue normal. Você se sente mole. E a sensação que eu tive foi como se eu tivesse morrendo”, contou a secretária Amanda Laktini.
Quatro vírus podem provocar a dengue. A forma hemorrágica ocorre quando uma pessoa é infectada pela segunda vez e por um vírus diferente da primeira. O que não se sabia até agora é que muitos mosquitos transmitem dois desses vírus ao mesmo tempo.
“A fêmea transmite esses vírus para essas larvas. E como que ela pode adquirir esses dois sorotipos? Ela pode picar uma pessoa que esteja com um sorotipo. Depois, ela faz outra alimentação em outro indivíduo, outra pessoa. E ela adquire um segundo sorotipo e carrega esses dois sorotipos”, explica Alzira Batista Cecílio, bióloga e pesquisadora da Fundação Ezequiel Dias.
O desafio dos pesquisadores é confirmar se os casos mais graves de dengue estão relacionados a essa dupla contaminação do mosquito. Um risco pode estar circulando nas cidades. É que todas as larvas encontradas com dois tipos da doença foram recolhidas de áreas urbanas, muito habitadas.
Agentes de saúde usam armadilhas, onde os mosquitos botam ovos. Foram coletadas 1,4 mil amostras em Belo Horizonte. Pouco mais de 500 estavam infectadas e, quase um terço delas, infectadas por dois tipos de vírus.
“Isso pode se tornar mais comum ainda. Uma pessoa que se infectar por dois vírus diferentes pode desenvolver casos mais graves. Isso é algo para ser comprovado, mas é uma hipótese a ser testada”, disse o epidemiologista Eduardo Peçanha, pesquisador de saúde urbana da UFMG.
Como não existe vacina, a única maneira de se combater a doença é a prevenção: eliminar objetos que possam reter água, onde o mosquito se reproduz. Foi o que Amanda passou a fazer em casa.
“Porque o medo de pegar novamente é terrível. Não desejo isso pra ninguém”, reforçou a secretária Amanda. As informações são do G1.

Erradicar o analfabetismo está entre as metas do MEC para 2020

Nos próximos dez anos, o Ministério da Educação (MEC), em parceria com os governos dos estados e os municípios,  tem 20 metas a serem cumpridas na educação. Na semana passada, o ministro da Educação, Fernando Haddad, entregou ao Congresso o Plano Nacional da Educação (PNE) que define os rumos do setor durante o decênio 2011-2020.
Qualificação profissional, erradicação do analfabetismo e inserção das crianças com até 3 anos na escola são algumas das diretrizes que norteiam o PNE (2011-2020). De acordo com a secretária  nacional de Educação Básica do MEC, Maria Pilar Lacerda, o  maior desafio enfrentado pelo Brasil no setor é a questão da qualidade.
“Os próximos dez anos serão de reformulação de currículos escolares, de intensificação da formação de novos professores e de quem já atua sem formação. Tudo sem tirar o foco da aprendizagem”, destacou a secretária.

Uma das metas do PNE é erradicar o analfabetismo, que, na Bahia, segundo a Pesquisa por Amostra de Domicílios (Pnad) mais recente, é um problema que assola 12% da população, um total de 1,8 milhão de pessoas.

De acordo com a secretária, o problema do analfabetismo passa por questões de estratégias para alcançar essa parte da população. “O nosso desafio é chegar nos analfabetos, que hoje são, em maioria, pessoas mais velhas”, analisa Maria Pilar.

Bahia - Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), cerca de 50 mil professores dão aulas sem ter feito curso superior de licenciatura. Entre as metas que deverão ser atingidas pelo PNE até 2020 está a exigência de que todos os profissionais da educação básica devem ter formação específica obtida em curso de licenciatura e deverão atuar na área de formação, extinguindo uma prática muito comum no interior do Estado, que é o desvio de função.

“Todas as metas e contextos do PNE foram discutidos em encontros municipais, estaduais e regionais”, explica a superintendente de Avaliação e Acompanhamento da Rede Escolar da Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC), Eni Bastos.

Ela, no entanto, não acredita em erradicação total do analfabetismo. “Mesmo em países mais desenvolvidos, sempre há algum resíduo deste tipo de problema”, comentou a superintendente. Para Eni Bastos, as possibilidades de concretização dos planos do Ministério da Educação (MEC) são possíveis, caso as ações voltadas para o setor continuem “no mesmo rumo”.

Entre as iniciativas do governo para o setor, Eni Bastos destaca o Programa Todos Pela Educação  (Topa), que nasceu em 2007 com a proposta de alfabetizar, até 2010, 1 milhão de pessoas. No entanto, a coordenadora do programa na Bahia, Elenir Alves, informou em entrevista em setembro que, até dezembro deste ano, 506 mil pessoas devem passar pelo processo de alfabetização.

Outra iniciativa enfatizada pela superintendente foi a Plataforma Freire, que visa formar 60 mil professores. O  prazo para o cumprimento da meta, segundo Eni, não foi fixado.
Mas ela ressalta que o projeto dá oportunidades para os profissionais da área sem formação específica obterem um curso de licenciatura por meio dos cursos oferecidos por universidades públicas do Estado. No edital mais recente, 2.970 vagas estavam disponíveis.

Salvador - Na rede municipal de Salvador, o coordenador pedagógico da Secretaria de Educação, Cultura, Esporte e Lazer,  Manoel Calazans, destacou a questão da educação infantil. Ainda há localidades que não alcançamos, como Bairro da Paz, onde não há um centro de educação infantil da prefeitura. “Por lá, temos entidades conveniadas, mas nada  exclusivo da prefeitura”, conta.



Metas do PNE para os próximos 10 anos

1 - Até 2016 universalizar o atendimento escolar para população de 4 e 5 anos. Incluir 50% das crianças de até 3 anos.

2 - Universalizar o Ensino Fundamental de nove anos para alunos de 6 a 14 anos.

3 - Até 2016, atender toda a população de 15 a 17 anos.

4 - Inserir na rede regular estudantes de 4 a 17 anos   com deficiência,  transtornos ou superdotação

5 -  Alfabetizar todas as crianças até os oito anos

6 - Educação em tempo integral em 50% das escolas públicas

7 - Atingir médias nacionais para o IDEB

8 - Elevar para 12 anos a escolaridade média da população de 18 a 24 anos

9 - Erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% o analfabetismo funcional

10 - Oferecer, no mínimo, 25% das matrículas para o EJA com educação profissional

11 - Duplicar as matrículas da educação  profissional

12 - Elevar para 50% a taxa bruta de matrícula na educação superior.

13 - Ampliar o número mestres e doutores nas universidades.

14 - Elevar matrículas na pós-graduação stricto sensu.

15 - Garantir a licenciatura específica aos professores.

16 - Formar 50% dos professores da educação básica em nível de pós-graduação lato e stricto sensu

17 - Valorizar o magistério público da educação básica

18 - Assegurar, em dois anos, planos de carreira para os profissionais do magistério

19 - Nomear diretores de escola por meio de avaliações da comunidade escolar e externa

Brasileiros desconhecem como a tuberculose é transmitida

O Brasil pertence ao grupo de 22 países que concentram 80% dos casos de tuberculose no mundo. No País, 72 mil pessoas são acometidas por ano e 4,7 mil morrem por causa da doença. Ainda assim, a maioria dos brasileiros desconhece que a tuberculose é transmitida por contato com as gotículas de saliva de pessoas contaminadas, revelou pesquisa encomendada pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).
O Instituto Datafolha entrevistou 2.242 pessoas com 16 anos ou mais, de todas as classes sociais, em 143 municípios. Embora 94% tenham afirmado conhecer a tuberculose, somente 1% acertou, em resposta espontânea, a forma de transmissão. Por outro lado, quase 60% acreditam erroneamente que a doença possa ser causada ou agravada pelo fumo, 39% por clima frio ou úmido, 33% por poluição e 18% disseram que é hereditária.
O desconhecimento dos sintomas também é preocupante. Embora 55% tenham citado a tosse contínua, principal manifestação da doença, só 23% mencionaram febre, 20% dor no peito ou nas costas e 25% não souberam citar nenhum sintoma. Para Roberto Stirbulov, presidente da SBPT, é justamente a falta de informação o principal obstáculo para o controle da doença. “Esses resultados foram um alerta de que precisamos fazer ações educativas.”
O pneumologista Alexandre Milagres, que coordena um serviço de referência no Rio, conta que nos grandes centros urbanos mais de 30% dos casos só são diagnosticados nos setores de emergência, quando os pacientes já estão com um quadro grave. “Isso significa que eles já estavam há meses contaminando outras pessoas em casa, no trem ou no trabalho”, diz. Milagres acredita que a informação pode mudar o quadro, mas não basta uma ação voltada apenas para a população.
 “Muitas vezes nem o médico pensa em tuberculose. Confunde com gripe e dá um antitérmico, sem nem pedir um raio X”, diz. A cozinheira Edna Aparecida Costa, de 47 anos, foi vítima desses desconhecimento. Ela e a irmã foram contaminadas em casa, pelo irmão. “Eu ajudava minha mãe a cuidar da minha irmã. Primeiro a trataram como se fosse pneumonia, depois como se tivesse problema na coluna”, conta.
Sem saber o motivo, Edna também começou a emagrecer e a sentir cansaço. Um ano depois, quando foi encaminhada para o Instituto Clemente Ferreira, referência no combate à doença, recebeu o diagnóstico.
 “Minha irmã morreu e eu perdi o pulmão direito.” Estima-se que uma pessoa contaminada transmita a doença para 10 a 15 pessoas por ano se não tiver tratamento. “A melhor forma de prevenção é o diagnóstico precoce. É quebrar a cadeia de transmissão”, diz Dráurio Barreira, coordenador do Programa Nacional de Controle da Tuberculose do Ministério da Saúde. O paciente deixa de transmitir a doença duas semanas após o tratamento, que tem duração de seis meses e é ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Quanta sabedoria e simplicidade em um despacho judicial !

 DESPACHO INUSITADO DE UM JUIZ EM UMA SENTENÇA JUDICIAL ENVOLVENDO 2 POBRES COITADOS QUE FURTARAM 2 MELANCIAS.
 
Ele com certeza desabafou por todos nós!


Enviem para Juízes, promotores, advogados, estudantes de direito e outros cursos. Essa sentença é uma aula, mais que isso; é uma lição de vida, um ensinamento para todos os momentos.
                  DESPACHO POUCO COMUM
                   A Escola Nacional de Magistratura incluiu em seu banco de sentenças, o despacho pouco comum do juiz Rafael Gonçalves de Paula, da 3ª Vara Criminal da Comarca de Palmas, em Tocantins. A entidade considerou de bom senso a decisão de seu associado, mandando soltar Saul Rodrigues Rocha e Hagamenon Rodrigues Rocha, detidos sob acusação de furtarem duas melancias:

DESPACHO JUDICIAL...
DECISÃO PROFERIDA PELO JUIZ RAFAEL GONÇALVES DE PAULA
NOS AUTOS DO PROC Nº 124/03 - 3ª Vara Criminal da Comarca de Palmas/TO:
       
                   DECISÃO
                   Trata-se de auto de prisão em flagrante de Saul Rodrigues Rocha e Hagamenon Rodrigues Rocha, que foram detidos em virtude do suposto furto de duas (2) melancias. Instado a se manifestar, o Sr. Promotor de Justiça opinou pela manutenção dos indiciados na prisão.
                   Para conceder a liberdade aos indiciados, eu poderia invocar inúmeros fundamentos: os ensinamentos de Jesus Cristo, Buda e Ghandi, o Direito Natural, o princípio da insignificância ou bagatela, o princípio da intervenção mínima, os princípios do chamado Direito alternativo, o furto famélico, a injustiça da prisão de um lavrador e de um auxiliar de serviços gerais em contraposição à liberdade dos engravatados e dos políticos do mensalão deste governo, que sonegam milhões dos cofres públicos, o risco de se colocar os indiciados na Universidade do Crime (o sistema penitenciário nacional)...
                   Poderia sustentar que duas melancias não enriquecem nem empobrecem ninguém.  Poderia aproveitar para fazer um discurso contra a situação econômica brasileira, que mantém 95% da população sobrevivendo com o mínimo necessário apesar da promessa deste presidente que muito fala, nada sabe e pouco faz.
                   Poderia brandir minha ira contra os neo-liberais, o consenso de Washington, a cartilha demagógica da esquerda, a utopia do socialismo, a colonização européia....
                   Poderia dizer que George Bush joga bilhões de dólares em bombas na cabeça dos iraquianos, enquanto bilhões de seres humanos passam fome pela Terra - e aí, cadê a Justiça nesse mundo?
                   Poderia mesmo admitir minha mediocridade por não saber argumentar diante de tamanha obviedade.
                   Tantas são as possibilidades que ousarei agir em total desprezo às normas técnicas: não vou apontar nenhum desses fundamentos como razão de decidir.
                   Simplesmente mandarei soltar os indiciados. Quem quiser que escolha o motivo.
                   Expeçam-se os alvarás.
                   Intimem-se.
                               Rafael Gonçalves de Paula
                                        Juiz de Direito

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Os caixões podem entrar em Gaza

Escrito por: Mohammed Omer/IPS

 
 
 
 Samir Tahseen Al Nadeem morreu após esperar 35 dias por uma permissão para sair de Gaza para tratar seus problemas cardíacos. Tinha 26 anos. Os medicamentos que necessitava nunca chegaram, mas seu caixão sim.
O Ministério da Saúde palestino registrou até agora 375 mortes causadas pela falta de medicamentos em Gaza. A maioria dos medicamentos ficam barrados nos postos de controle israelenses até que tenham sua data de validade vencida.
Mas não há data de vencimento para os cerca de 10 mil caixões que foram doados a Gaza. Estes caixões, sim, podem entrar no território costeiro palestino submetido a um duro bloqueio israelense.
No final de setembro, mais de 70 por cento dos medicamentos doados a Gaza, avaliados em vários milhões de dólares, tiveram que ser descartados por haver passado de suas datas de vencimento, informou o Ministério da Saúde palestino.
“Grande parte dos medicamentos doados vinham de estados árabes”, disse à IPS o diretor do Departamento Farmacêutico, Mounir Al-Boursh.
O funcionário indicou que as nações árabes entregaram mais de 10.300 toneladas de remédios, em um valor estimado de 25 milhões de dólares. Contudo, só 30 por cento destes puderam ser usados, explicou Al-Boursh. O restante venceu ou está ainda nas mãos dos israelenses.
Outro problema enfrentado é em relação à eliminação dos medicamentos vencidos. Se eles são descartados com o lixo comum, pode-se pôr em risco a saúde da população de Gaza.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) está preocupada com “a eliminação insegura dos medicamentos e outros materiais médicos”, disse um porta-voz do organismo à IPS.
Enquanto medicamentos são perdidos, as autoridades em Gaza receberam 10 mil caixões, cerca de mil deles para meninos e meninas, informou Al-Boursh. No entanto, isso não “supre as necessidades”.
Gaza necessita de 110 tipos de medicamentos e 123 classes diferentes de equipamentos médicos. Calcula-se que o território ficará sem remédios nos próximos meses.
A anunciada minimização do bloqueio israelense até agora não significou um maior ingresso de suprimentos médicos.
Os medicamentos mais necessitados são os destinados a crianças, os utilizados nas maternidades e os que tratam enfermidades como câncer, epilepsia, hemofilia e talassemias (doenças do sangue).
“A morte tem se tornado uma rotina”, disse uma jovem mulher de Jabaliya, ao norte da faixa de Gaza, enquanto esperava em um corredor do Hospital Infantil de Al Nasser. Ao seu lado, os pais de Israa Tabsh, de dois anos, lutam para salvar a sua pequena de um problema cardíaco congênito.
“Temos esperado durante semanas a permissão para sair de Gaza para que ela seja submetida à cirurgia cardíaca que necessita”, disse o pai, Fayez Al Tabash. O hospital Al Maqased, em Jerusalém oriental, oferece o tratamento adequado, mas Tabsh não pode chegar até lá.
A família, como tantas outras, necessita primeiro de uma autorização de saída e depois da garantia financeira do Ministério da Saúde na Cisjordânia, governada pelo partido secular Al Fatah. Gaza está controlada pelo Hamas (sigla árabe do Movimento de Resistência Islâmica).
Obter esse apoio financeiro é quase impossível para a maioria dos pacientes. “São necessárias conexões”, disse uma mãe de 53 anos que solicitou uma garantia para seu filho. “Estamos encurralados entre funcionários corruptos e a morte”.
Os pacientes em Gaza dependem do governo da Cisjordânia para obter permissões e medicamentos.
Em 2010, Gaza recebeu só 22 por cento dos medicamentos que necessitava da Autoridade Nacional Palestina, indicou Al Boursh. Os suprimentos diminuem. “Em 2008 havíamos recebido 50 por cento, e em 2009, 49 por cento”.
Por outro lado, os medicamentos que chegam a tempo não são armazenados adequadamente. No depósito médico de Al Ghifari, em Gaza, vazam medicamentos. “São os ratos”, disse um zelador. “Eles rompem os frascos e causam os vazamentos [dos remédios]. Os ratos chegam aos medicamentos, e os pacientes aos caixões”, acrescentou.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A “Ley de Medios” e a inveja dos argentinos

Imagine poder discutir o semi monopólio da Globo com o motorista de taxi, com o porteiro do prédio, com a faxineira ou mesmo com um colega de trabalho. Ou ouvir até de empresários que realmente não é aceitável que um único grupo empresarial detenha metade da audiência da televisão aberta e o segundo jornal e a segunda revista semanal de maior tiragem.

Por Eduardo Guimarães,
De domingo – quando cheguei a Buenos Aires – até agora, não ouvi uma só pessoa responder que a “Ley de Medios” é um despropósito. A sociedade argentina está convencida de que é preciso democratizar a comunicação. E o que é melhor: as pessoas sabem o que é democratizar a comunicação.
Claro que esse pode ser um fenômeno dos centros urbanos. Contudo, tente, em São Paulo, no Rio, em Belo Horizonte, em Curitiba, em Porto Alegre, em Salvador ou em Recife, entre outros, discutir o oligopólio das comunicações. A quase totalidade das pessoas não lhe dará atenção por mais do que alguns segundos antes de mudar de assunto ou de inventar uma desculpa para interromper a conversa.
Note-se que não me refiro aos politizados – sejam de direita ou de esquerda, que, no Brasil, são raros. Refiro-me a essa maioria que pode conversar por horas sobre futebol ou sobre novelas, mas que não tem paciência de gastar cinco minutos com política.

O Brasil é uma ilha de alienação em meio a uma América Latina significativamente politizada. Venho batendo nesta tecla há muito tempo devido à minha atividade profissional, que me obriga a viajar pela região.
O que estou vendo na Argentina é ainda mais interessante do que vi em países como a Venezuela, por exemplo – país em que o mais humilde cidadão é capaz de discutir a constituição do país e a política partidária.
A grande diferença do Brasil continua sendo a nossa histórica bonomia em relação ao jogo do poder e a nossa aversão a conflitos de qualquer tipo, mesmo quando o conflito é inevitável e necessário.
Ciente da natureza de seu povo, Lula desperdiçou os últimos oito anos no que diz respeito à democratização da comunicação. Apenas no fim de seu segundo mandato é que ousou convocar uma conferência para discutir o assunto. Mas acabou relativizando sua importância quando a mídia começou com o mesmo trololó sobre “censura” que o grupo Clarín, aqui na Argentina, recita para as paredes.
O discurso do PIG argentino sobre supostos ímpetos censores do governo é exatamente o mesmo que o do PIG tupiniquim. Mas neste país é um discurso já quase envergonhado e que está morrendo a cada dia.
O grupo Clarín, a bem da verdade, tem um monopólio ainda maior do que o da Globo – alguma coisa perto de 80% do bolo da comunicação. Mas terá que se desfazer desse império. Será pago condignamente pelo que vender, mas não poderá manter o controle sobre tantas mídias e muito menos conseguirá vender seus meios de comunicação para testas-de-ferro.
 
 
Os dois governos Kirchner conseguiram explicar perfeitamente à sociedade os malefícios da concentração de meios de comunicação. A sociedade quer a diversidade de opiniões e de opções. É irreversível.
Enquanto esse sonho dourado dos democratas se materializa por aqui, no Brasil estamos completamente alheios ao que está acontecendo neste país. Deveríamos estar discutindo intensamente o processo em curso na Argentina. Ao menos na blogosfera. Mas a discussão ainda é insipiente. Não estamos avançando nesse debate.

Diga, leitor, uma só proposta concreta para acabar com o oligopólio nas comunicações no Brasil. Nem um órgão para normatizar as comunicações conseguimos discutir nacionalmente. Globo, Folha, Estadão e Veja conseguiram interditar o debate porque o governo teme meramente tocar no assunto.

E o pior é que temos condições muito melhores para propor essa discussão. Não temos os problemas que têm os argentinos na economia, por exemplo, e o apoio popular ao governo brasileiro é muito maior do que ao governo argentino.

Aliás, nada que seja polêmico nós conseguimos discutir. Os crimes da ditadura, por exemplo. Os criminosos do regime militar argentino estão sendo julgados e até presos. Enquanto isso, os criminosos que torturaram e assassinaram pouco mais do que crianças durante a nossa ditadura zombam de suas vítimas e ainda se dão ao desfrute de fazer ataques a elas.
Os argentinos estão nos goleando sem parar no que diz respeito à democratização real de seu país. Que inveja.
—–
Da sua natureza [brasileira]

De Luis Fernando Veríssimo

Sorte nossa que as árvores não gemam e os animais não falem. Imagine se cada vez que se aproximasse uma motosserra as árvores começassem a gritar “Ai, ai, ai!” e aos bois não faltassem argumentos razoáveis para não querer entrar no matadouro.

Imagine porcos parlamentando em causa própria, galinhas bem articuladas reivindicando sua participação na renda dos ovos e gritando slogans contra o hábito bárbaro de comê-las, pássaros engaiolados fazendo discursos inflados pela liberdade.

Os únicos bichos que falam são os papagaios, mas até hoje não se tem notícia de um que defendesse os direitos dos outros. O papagaio tem voz, mas não tem consciência de classe.

A vida humana seria difícil se não pudéssemos colher uma beterraba sem ouvir as lamentações da sua família e insultos do resto da horta. Não deixaríamos de comer, claro. Nem beterrabas, nem bois ou galinhas, apesar dos seus protestos.

Mas o remorso, e uma correta noção da prepotência inerente à condição da espécie dominante, faria parte da nossa dieta. Teríamos uma idéia mais exata da nossa crueldade indispensável, sem a qual não viveríamos.
Sorte nossa que os vegetais e os animais não têm nem uma linguagem, quanto mais um discurso organizado. Não os comeríamos com a mesma empáfia se tivessem. O único consolo deles é que também padecemos da falta de comunicação: ainda não encontramos um jeito de negociar com os germes, convencer os vírus a nos pouparem com retórica e dar remorso em epidemias.

Eu às vezes fico pensando como seria se os brasileiros falassem. Se protestassem contra o que lhes fazem, se fizessem discursos indignados em todas as filas de matadouros, se cobrassem com veemência uma participação em tudo o que produzem para enriquecer os outros, reagissem a todas as mentiras que lhes dizem, reclamassem tudo que lhes foi negado e sonegado e se negassem a continuar sendo devorados, rotineiramente, em silêncio.

Não é da sua natureza, eu sei, só estou especulando. Ainda seriam dominados por quem domina a linguagem e, além de tudo, sabe que fala mais alto o que nem boca tem, o dinheiro. Mas pelo menos não os comeriam com a mesma empáfia.

CUT e Contracs comunicam Sodexo ao ministro Carlos Lupi

Documento entregue pelas entidades solicita discussão sobre participação da empresa no Programa de Alimentação do Trabalhador

Escrito por: Paula Brandão

 
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Tudi entrega documento ao ministro Carlos Lupi
Tudi entrega documento ao ministro Carlos Lupi
Em audiência realizada nesta quinta-feira (2) com o ministro Carlos Lupi, no Ministério do Trabalho e Emprego, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs) entregaram documento solicitando a discussão sobre participação da multinacional francesa Sodexo no Programa de Alimentação do Trabalhador e a revisão da lei que o rege.
 
A reunião teve a participação da presidente da Contracs, Lucilene Binsfeld (Tudi), de Valeir Ertle, da Executiva Nacional da CUT e secretário de Relações Internacionais da Contracs e de Alci Matos, secretário de Finanças da Confederação. Também participaram representantes da Service Employees International Union (SEIU), do Forum Justice for the African World (TransAfrica) e de trabalhadores da República Dominicana e da Colômbia que tiveram seus direitos trabalhistas e sindicais violados pela empresa.
 
A CUT e a Contracs reafirmaram ao ministro o apoio à campanha internacional que visa levar a Sodexo a responder por violações a direitos básicos.  A empresa  é considerada a 20ª maior do mundo e recentemente adquiriu a VR, uma das maiores na área de benefícios.
 
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Casos de violação de direitos e perseguição a sindicalistas são relatados ao ministro
Casos de violação de direitos e perseguição a sindicalistas são relatados ao ministro
A Sodexo se apresenta como uma empresa de responsabilidade social, mas há graves denúncias no Marrocos, Quênia, Colômbia, República Dominicana e Estados Unidos. A delegação relatou ao ministro alguns casos, como a realização de testes de gravidez antes da admissão de mulheres e exames periódicos para saber se alguma engravidou e, em caso positivo, demissão. Outra denúncia é sobre a alimentação dos trabalhadores da empresa, composta de sobras, o que resulta em inúmeros casos de intoxicação alimentar.
 
A perseguição a sindicalistas é recorrente. A empresa se recusa a negociar salários, cláusulas sociais e trabalhadores e trabalhadoras são sumariamente demitidos caso se manifestem sobre questões trabalhistas.
 
No Brasil, a Sodexo é a maior fornecedora de benefícios do PAT. A empresa é uma das principais na disputa do fornecimento de alimentação para as Olimpíadas 2012 que acontece em Londres. Vale lembrar que o Brasil será sede da Copa do Mundo em 2014 e das Olimpíadas 2016 e também será aberta uma concorrência.
 
O ministro se colocou à disposição para receber relatórios e estudos que comprovem as denúncias. Uma vez comprovadas, comprometeu-se a encaminhar comunicação oficial aos governos de cada país envolvido expondo a posição do Brasil sobre o caso. “Teremos que agir desde a fiscalização até a denúncia pública. Se necessário faremos denúncia formal à Organização Internacional do Trabalho”, declarou Lupi.
 
Para Lucilene Binsfeld, “o comprometimento do ministro sem dúvidas contribui para o fortalecimento da campanha contra as práticas antitrabalhistas e antissindicais que esta empresa, que se apresenta como adepta da responsabilidade social, tem realizado pelo mundo”.

Senha invertida no caixa eletrônico não chama a polícia

A Polícia Federal esclarece que digitar a senha de trás pra frente não aciona a polícia. Circula na internet um e-mail com informações falsas sobre como se proteger em caso de sequestros-relâmpago. Se você tiver recebido o e-mail, apague-o. A Federação Brasileira de Bancos - FEBRABAN recomenda os seguintes cuidados:
1 - Ao digitar sua senha, mantenha o corpo próximo à máquina, para evitar que outros possam vê-la ou descobri-la pelo movimento dos dedos no teclado. As pessoas atrás de você devem respeitar as faixas de segurança;
2 - Prefira utilizar os caixas automáticos instalados em locais de grande movimentação e, se possível, em ambientes internos (shoppings, lojas de conveniência, postos de gasolina etc.);
3 - Sempre que possível, faça seus saques no horário comercial, quando o movimento de pessoas é maior, evitando o período noturno. Quando precisar realmente sacar dinheiro à noite, leve um ou mais acompanhantes adultos para que fiquem fora da cabine, como se estivessem na fila;
4 - Nunca aceite ou solicite ajuda de estranhos, mesmo que não lhe pareçam suspeitos;
5 - Esteja atento à presença de pessoas suspeitas ou curiosas no interior da cabine ou nas proximidades. Na dúvida, não faça a operação;
6 - Caso não consiga concluir uma operação, aperte a tecla ANULA ou CANCELA;
7 - Em caso de retenção do cartão no caixa automático, aperte a tecla ANULA ou CANCELA e comunique-se imediatamente com o banco. Tente utilizar o telefone da cabine para comunicar o fato. Se ele não estiver funcionando, pode tratar-se de tentativa de golpe. Nesses casos, nunca aceite ajuda de desconhecidos, mesmo que digam trabalhar no banco, nem digite senha alguma na máquina;
8 - Não se preste a receber créditos de pessoas desconhecidas em sua conta. Propostas desse tipo são feitas por golpistas, nas proximidades de caixas automáticas e de agências;
9 - Desconfie de vantagens financeiras ou dramas familiares que lhe sejam apresentados por desconhecidos na fila do caixa automático, especialmente propostas de utilização de sua conta para transferência de valores;
10 - Evite sacar grandes valores em dinheiro. Nas transações de valores altos, dê preferência aos meios eletrônicos de pagamentos, como cartões, DOCs e TEDs.

Câncer de Mama Aprenda a fazer o auto-exame continuação

O rastreamento do câncer de mama feito pela mamografia, com periodicidade de um a três anos, reduz significativamente a mortalidade em mulheres de 50 a 70 anos. Nas mulheres com menos de 50 anos, existe pouca evidência deste benefício. O Instituto Nacional de Câncer recomenda que o Exame Clínico das Mamas - ECM seja realizado a cada três anos pelas mulheres com menos de 35 anos, a cada dois anos pelas mulheres entre 35 e 39 anos e anualmente pelas mulheres entre 40 e 49 anos. As mulheres na faixa etária entre 50 e 70 anos devem submeter-se ao exame anual ou semestral, sendo a mamografia indicada em casos suspeitos e de alto risco.


Recomendações do INCA para realização dos exames

Idade AEM ECM Mamografia
acima de 35 anos suspeita mensal pelo menos a cada 2 anos pelo menos a cada 2 anos
35 a 39 anos suspeita mensal pelo menos a cada 2 anos só se houver
40 a 49 anos mensal anual só se houver
50 anos ou mais mensal 1 a 2 vezes por ano só se houver



APRENDA AGORA A FAZER O AUTO-EXAME DAS MAMAS

Diante do espelho
Eleve e abaixe os braços, observando se há alguma anormalidade na pele, alterações no formato das mamas, abaulamentos ou retrações e feridas ao redor dos mamilos.
Durante o banho
Com a pele molhada ou ensaboada, eleve o braço direito e deslize os dedos da mão esquerda suavemente sobre a mama direita, estendendo até a axila, e procure por caroços. Faça o mesmo na mama esquerda. Observe também, se não há secreções pelos mamilos.
Deitada

Coloque um travesseiro debaixo do lado esquerdo do corpo e a mão esquerda sob a cabeça. Com os dedos da mão direita, apalpe a parte interna da mama esquerda, procurando por caroços. Inverta a posição para o lado direito e apalpe a mama direita da mesma forma. Observe também, se não há secreções pelos mamilos.
Com o braço esquerdo posicionado ao lado do corpo, apalpe a parte externa da mama esquerda com os dedos da mão direita. Faça o mesmo com a mama direita.


ATENÇÃO

Caso você encontre alguma das anormalidades citadas, lembre-se que é importante procurar um serviço médico: os ambulatórios, postos e centros de saúde pública podem ajudá-la. Quanto mais cedo melhor!
Além disso, caso você, por qualquer motivo, procurar seu médico, peça-lhe para que examine também suas mamas. E se for solicitada uma mamografia, exiga o selo de qualidade no relatório do seu exame. Este é a garantia de um exame confiável.


Fonte:
INCA - Instituto Nacional de Câncer - Ministério da Saúde

Câncer de Mama Aprenda a fazer o auto-exame

O câncer de mama é provavelmente o mais temido pelas mulheres devido à sua alta freqüência e sobretudo pelos seus efeitos psicológicos, que afetam a percepção de sexualidade e a própria imagem pessoal. Ele é relativamente raro antes dos 35 anos de idade, mas acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente.

Este tipo de câncer representa, nos países ocidentais, uma das principais causas de morte em mulheres. As estatísticas indicam o aumento de sua frequência tantos nos países desenvolvidos, quanto nos países em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas décadas de 60 e 70 registrou-se um aumento de 10 vezes em suas taxas de incidência ajustadas por idade nos registros de câncer de base populacional de diversos continentes. Tem-se documentado também, o aumento no risco de mulheres migrantes de áreas de baixo risco para áreas de risco alto. Nos Estados Unidos, a Sociedade Americana de Cancerologia indica que uma em cada 10 mulheres tem a probabilidade de desenvolver um câncer de mama durante a sua vida.

No Brasil, o câncer de mama é o que mais causa mortes entre as mulheres.



Sintomas

O sintoma do câncer de mama, já localmente detectável ao exame físico, é o aparecimento de nódulo ou caroço no seio, com ou sem irritação, e dor no local.



Fatores de Risco

As causas de câncer de mama são ainda desconhecidas. O histórico familiar constitui o fator de risco mais importante, especialmente se o câncer ocorreu na mãe ou em irmã, se foi bilateral e se desenvolveu antes da menopausa. Outro fator de risco é a exposição à radiação ionizante antes dos 35 anos. A menopausa tardia (além dos 50 anos, em média) está associada a uma maior incidência, assim como a primeira gravidez após os 30 anos de idade. No entanto, ainda não está comprovado se a mulher que retarda intencionalmente a gravidez para depois dos 30 anos, tem maior risco de que aquelas cuja gravidez não pôde ocorrer espontaneamente.

Continua sendo alvo de muita controvérsia o uso de contraceptivos orais no que diz respeito à sua associação com o câncer de mama. Aparentemente, certos subgrupos de mulheres, com destaque para as que usaram pílulas com dosagens elevadas de estrogênios ou por longo período de tempo, têm maior risco. Outro fator de risco é a ingestão regular de álcool, mesmo que em quantidade moderada, que gera um aumento moderado do risco de câncer de mama.



Detecção Precoce

As formas mais eficazes para detecção precoce do câncer de mama são o auto-exame das mamas (AEM), o exame clínico (ECM) e a mamografia. As pesquisas indicam um impacto significativo do Auto-Exame das Mamas na detecção precoce do câncer de mama, registrando-se tumores primários menores e menor número de linfonodos axilares invadidos pelo tumor (ou por células neoplásicas) nas mulheres que fazem este exame regularmente. A sobrevida em cinco anos tem sido de 75% entre praticantes do AEM contra 57% entre as não-praticantes. Esta vantagem na sobrevida persiste quando se ajusta por idade, método de detecção, histórico familiar e demora na aplicação do tratamento.



O Auto-Exame das Mamas

O auto-exame das mamas, que é o exame feito pela própria mulher, deve ser realizado uma vez por mês. A melhor época é uma semana após a menstruação. Para as mulheres que não menstruam mais, o auto-exame deve ser feito em um mesmo dia de cada mês à sua livre escolha, como por exemplo todo dia 15.
As mulheres devem estar alertas para as seguintes observações:
- As mamas nem sempre são rigorosamente iguais;
- O auto-exame não substitui o exame clínico de rotina, que deve ser anual para mulheres acima de 50 anos de idade;
- A presença de um nódulo mamário não é obrigatoriamente indicadora de neoplasia maligna;
- Em 90% dos casos é a própria mulher quem descobre alterações em sua mama.



O Exame Clínico das Mamas

O exame clínico é feito por um profissional da saúde treinado, que faz uma avaliação sistematizada das mamas. A eficiência do exame é proporcional ao grau de habilidade e experiência do profissional para detectar qualquer anormalidade nas mamas examinadas. Ele deve ser realizado anualmente, e o médico indicará a necessidade de mamografia.



A Mamografia

A mamografia é o exame radiológico dos tecidos moles das mamas e é considerado um dos mais importantes procedimentos para o rastreio do câncer ainda impalpável de mama. A sensibilidade da mamografia é alta, ainda que, na maioria dos estudos feitos, sejam registradas perdas entre 10 a 15% dos casos de câncer detectáveis ao exame físico. A sensibilidade da prova é muito menor em mulheres jovens. A mamografia, devido à sua pouca eficácia em mulheres com menos de 40 anos e mais de 70, em termos epidemiológicos e de saúde pública, não deve ser utilizada em programas maciços, e sim ser indicada no seguimento das mulheres de alto risco ou com suspeitas de doenças mamárias.

Sexo na Gravidez

Mesmo em pleno terceiro milênio, observa-se uma queda significativa das relações sexuais durante o período de gravidez. Isto ocorre devido a razões psíquicas, morais, emocionais e principalmente pelo medo de machucar o bebê com o pênis. Embora esta preocupação seja normal, não existe qualquer perigo de que isso aconteça, pois o pênis não chega nem perto do bebê. Durante a relação sexual, o bebê fica muito bem protegido pelo líquido amniótico, pelos fortes músculos do útero e por um tampão mucoso espesso que fecha o colo do útero.


A principio, qualquer mulher grávida, com exceção das que apresentam casos como placenta prévia, sangramento, história de abortos espontâneos e em que a gravidez é considerada de alto risco, pode manter relações sexuais. Entretanto, se por algum outro motivo, o médico proibir o sexo com penetração, o casal pode e deve procurar outras fontes de prazer. A masturbação e o sexo oral, por exemplo, são ótimos substitutos. Mas é importante ficar atenta. Qualquer alteração, como sangramentos persistentes e dores durante o ato sexual, deve ser comunicada ao médico com urgência.


Durante a gravidez, a mulher sofre inúmeras transformações físicas e psicológicas, o que faz com que cada fase seja bastante diferente da outra. Estas transformações, além de alterarem muito a sexualidade da mulher, também podem interferir no ritmo sexual do casal. Para alguns casais, a gravidez significa um desligamento total do sexo, enquanto para outros, representa um dos melhores períodos do relacionamento sexual, porque é justamente nela que se pode fazer sexo sem se preocupar em tomar pílulas, ou usar qualquer outro tipo de anticoncepcional.


No primeiro trimestre, geralmente a mulher perde a vontade de fazer sexo e se afasta fisicamente do parceiro, porque tem medo de um possível aborto, os enjôos e as náuseas ficam mais frequentes, seus seios ficam doloridos e muitos outros desconfortos aparecem. Quanto ao homem, além de várias outras razões, às vezes acaba perdendo o desejo por sexo porque vê sua mulher apenas como mãe, deixando de considerá-la também como parceira sexual, ou então, encara a gravidez como sinônimo de fragilidade, e isso faz ele se sentir na obrigação de se distanciar física e sexualmente, a fim de proteger a mamãe e o bebê. O desinteresse sexual por parte de qualquer um que seja, é compreensível. Mas nesta fase, uma boa conversa para que os dois possam expressar seus desejos e sentimentos, pode diminuir a distância física. Além disso, outras formas de demonstrar amor e afeto mútuo, como por exemplo, os carinhos, os abraços e uma massagem a dois, nunca devem ser esquecidos.


No segundo trimestre, com a gravidez já estabilizada, a maioria das mulheres sente uma melhora significativa na disposição, e algumas delas percebem até um aumento da libido. Esta é a grande oportunidade para retornar à vida sexual e experimentar novas sensações, pois a elevação da irrigação sanguínea, do volume de água e das secreções vaginais, fazem com que a vulva aumente de tamanho e fique mais lubrificada, tornando a penetração muito mais fácil. Diante disto, posições que antes pareciam praticamente impossíveis, podem acabar se tornando preferidas e muito prazerosas para o casal.


Quando a mulher entra no terceiro trimestre, geralmente a indisposição volta devido ao inchaço das pernas e pés, da difícil respiração e do cansaço que vem mais rápido. Estes e muitos outros fatores, como a preocupação com o parto, costumam esfriar novamente a relação, e nesta época vale mais uma vez lembrar, que o diálogo continua sendo muito importante.
Se a mulher decidir por não fazer sexo porque não está se sentindo bem, sua decisão deve ser respeitada pelo parceiro. Afinal, é ela quem está carregando o bebê e, mais que ninguém, sabe o quanto esta tarefa é difícil.


Caso a mulher esteja se sentido bem disposta e a gravidez transcorrendo normalmente, nada impede que o casal tenha relações sexuais nesta fase. Entretanto, nas duas últimas semanas, as posições que favoreçam a penetração profunda não são recomendadas.
O fato de a barriga estar consideravelmente grande faz a mulher perder um pouco da sua mobilidade e, consequentemente, a capacidade de assumir algumas posições durante o ato sexual. Mas isso pode e deve ser considerado como mais um estímulo à busca de uma variedade de novas posições.


Após o parto, independente de qual tipo seja, o resguardo de quarenta dias é necessário e, nesta fase, o sexo com penetração deve ser evitado, dando lugar ao sexo manual e oral leve. Mas depois deste período, a vida sexual normal deve ser retomada.


Algumas mulheres podem sentir, durante a fase de amamentação, um certo desconforto ao fazerem o sexo com penetração. Isto ocorre em razão do desequilíbrio hormonal, que provoca uma diminuição da lubrificação vaginal. Mas este desconforto pode ser amenizado com o auxílio de lubrificantes à base de água indicados pelo médico.