domingo, 8 de agosto de 2010

Economia

Com mais de três sacolas de compras a tiracolo – que ela jura serem todas presentes de Dia dos Pais, e depois de um dia inteiro no shopping, a funcionária pública Elisângela Pires, 31 anos, garante que não perde o controle na hora de gastar.  O segredo para tal façanha é revelado por ela com muito bom humor: “Tenho uma caderneta em que anoto tudo que é dívida. Quando estou no limite o jeito é esconder o cartão (de crédito) na gaveta”, disse.
Mas, o bom exemplo de Elisângela não é regra entre as mulheres. Segundo pesquisa da empresa Sophia Mind, instituto de pesquisa e inteligência de mercado feminino, 59% das mulheres brasileiras estão endividadas. Além disso, 21% delas não têm nem previsão de quando será o acerto de contas.
“Surpreendeu um pouco o número de mulheres endividadas, mas as compras supérfluas não são o principal motivo, e isso mostra que a dívida é um problema familiar e não pessoal”, avaliou o sócio-diretor da empresa, Bruno Maletta.
O tipo mais recorrente de endividamento feminino segundo a pesquisa é a falta de planejamento na hora de usar o cartão de crédito: 54% dos casos.
Para o professor da Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia e consultor de finanças para famílias, Eduardo Fausto Barreto, a oferta de crédito é uma das razões para o endividamento excessivo: “O cartão de crédito é uma maneira ilusória de aumentar a renda. As pessoas deveriam estudar sua renda e planejar seus gastos com base nisso”, afirmou.
Desemprego - A situação é ainda mais complicada quando a mulher vê sua única fonte de renda desaparecer de uma hora para outra. Em uma pesquisa realizada pela Federação da Câmara dos Dirigentes Lojistas sobre o perfil do consumidor soteropolitano em 2009, o desemprego aparece como o motivo do endividamento para 14,36% dos homens enquanto para as mulheres esse índice sobe para 30,36%.

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