Para evitar problemas como estes, os interessados na portabilidade de crédito devem negociar as condições de pagamento com a nova instituição financeira e não se intimidar com possíveis vendas casadas de serviços. “Após a negociação é importante pedir uma cópia do novo contrato e guardar o comprovante da quitação dos débitos.
Isto é fundamental para que o consumidor garanta seus direitos e evite problemas futuros”, diz Renata Reis, especialista em defesa do consumidor do Procon-SP. Na transferência dos débitos, muitos agentes bancários chamados “pastinhas” oferecem trocos para os clientes. Esta operação, entretanto, pode causar enganos e até aumentar o valor da dívida.
“O que não se percebe, muitas vezes, é que o número de parcelas aumenta e com isso o débito fica maior. Por isso, o consumidor deve estar atento às propostas com valores superiores ao original”, afirma Renata. “A troca com troco é campeã de reclamações, seguida pela demora das instituições em fornecer o boleto de antecipação da dívida”, diz Renata. Segundo o BC, em julho deste ano foram registradas mais de 28,8 mil transações de portabilidade, com valor médio de R$ 8,5 mil cada.
Onde investir em tempos de crise
Crise na Europa e nos Estados Unidos, bolsas de valores em queda, instabilidade do câmbio e elevação das projeções de inflação no Brasil. Essas são apenas algumas das variáveis que têm tirado o sono dos investidores nos últimos meses. Diante do atual cenário político-econômico crescem as dúvidas quanto às opções para garantir maior rentabilidade ou até mesmo para reduzir eventuais perdas provocadas por escolhas equivocadas. Vale a pena investir em ouro e dólar? Qual é a hora certa para vender ações? A poupança ainda é uma boa opção?
Para ajudar os investidores, o iG ouviu analistas que apresentam suas recomendações de investimentos para quem dispõe de até R$ 5 mil, de R$ 5 mil a R$ 20 mil, e de mais de R$ 20 mil. Os especialistas apontam as vantagens de cada tipo de aplicação e explicam o que deve ser levado em conta antes de aplicar o dinheiro. De forma geral, investimentos que acompanham os juros e a inflação e as empresas com caráter defensivo são os mais recomendados por especialistas para momentos de incertezas geradas por crises.
“Em uma situação como a atual, a melhor opção é defender seu dinheiro. Este não é o momento para ser ousado e fazer apostas agressivas. Diante de um cenário de turbulências econômico-financeiras, não é recomendável perder recursos”, diz o educador financeiro André Massaro.
Ainda que a situação de crise mais grave seja na Europa e nos Estados Unidos, os mercados de capitais de todo o mundo, inclusive o brasileiro, acabam refletindo as tensões geradas em outros locais.
Por isso, o investidor deve buscar proteção e, caso esteja disposto a correr riscos em mercados variáveis, como o de ações, tem que estar ciente de que o momento é de fortes oscilações. Nesse caso, uma alternativa é apostar em ações que são boas pagadoras de dividendos, pois têm um caráter defensivo, que acaba protegendo a carteira da volatilidade do mercado.
No Brasil, como a taxa de juros é alta, aplicações atreladas à Selic (taxa básica de juros) também costumam ser uma boa opção, pois garantem um retorno alto, segundo especialistas. Toda vez que temos crise, ou movimento maior do mercado, os melhores são aqueles que acompanham os movimentos de juros,” diz Felipe Vaz, gerente de investimentos do Santander. Para Massaro, é fundamental os investidores se informarem antes de tomar qualquer decisão. inseguras, as pessoas correm o risco de fazer escolhas das quais podem se arrepender mais tarde. Por isso, é fundamental estudar o mercado”, diz.
Foi o que o estudante de administração Alexandre Brisolla resolveu fazer depois de perder dinheiro na Bolsa durante a crise de 2008. Enquanto o mercado de ações estava aquecido, ele elevou significativamente a participação da renda variável em seu portfólio e fez apostas que hoje considera equivocadas. Com a desvalorização do Ibovespa naquele período, ele decidiu mudar sua estratégia.
“Além de trocar a poupança por um fundo de renda fixa, deixei o home broker e passei a investir em fundos, de forma a contar com uma administração mais profissional dos meus recursos. Enquanto isso, tenho me dedicado a estudar o mercado financeiro”, diz.
artirgo retirado da Tribuna da Bahia
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