sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Sexo na Gravidez

Mesmo em pleno terceiro milênio, observa-se uma queda significativa das relações sexuais durante o período de gravidez. Isto ocorre devido a razões psíquicas, morais, emocionais e principalmente pelo medo de machucar o bebê com o pênis. Embora esta preocupação seja normal, não existe qualquer perigo de que isso aconteça, pois o pênis não chega nem perto do bebê. Durante a relação sexual, o bebê fica muito bem protegido pelo líquido amniótico, pelos fortes músculos do útero e por um tampão mucoso espesso que fecha o colo do útero.


A principio, qualquer mulher grávida, com exceção das que apresentam casos como placenta prévia, sangramento, história de abortos espontâneos e em que a gravidez é considerada de alto risco, pode manter relações sexuais. Entretanto, se por algum outro motivo, o médico proibir o sexo com penetração, o casal pode e deve procurar outras fontes de prazer. A masturbação e o sexo oral, por exemplo, são ótimos substitutos. Mas é importante ficar atenta. Qualquer alteração, como sangramentos persistentes e dores durante o ato sexual, deve ser comunicada ao médico com urgência.


Durante a gravidez, a mulher sofre inúmeras transformações físicas e psicológicas, o que faz com que cada fase seja bastante diferente da outra. Estas transformações, além de alterarem muito a sexualidade da mulher, também podem interferir no ritmo sexual do casal. Para alguns casais, a gravidez significa um desligamento total do sexo, enquanto para outros, representa um dos melhores períodos do relacionamento sexual, porque é justamente nela que se pode fazer sexo sem se preocupar em tomar pílulas, ou usar qualquer outro tipo de anticoncepcional.


No primeiro trimestre, geralmente a mulher perde a vontade de fazer sexo e se afasta fisicamente do parceiro, porque tem medo de um possível aborto, os enjôos e as náuseas ficam mais frequentes, seus seios ficam doloridos e muitos outros desconfortos aparecem. Quanto ao homem, além de várias outras razões, às vezes acaba perdendo o desejo por sexo porque vê sua mulher apenas como mãe, deixando de considerá-la também como parceira sexual, ou então, encara a gravidez como sinônimo de fragilidade, e isso faz ele se sentir na obrigação de se distanciar física e sexualmente, a fim de proteger a mamãe e o bebê. O desinteresse sexual por parte de qualquer um que seja, é compreensível. Mas nesta fase, uma boa conversa para que os dois possam expressar seus desejos e sentimentos, pode diminuir a distância física. Além disso, outras formas de demonstrar amor e afeto mútuo, como por exemplo, os carinhos, os abraços e uma massagem a dois, nunca devem ser esquecidos.


No segundo trimestre, com a gravidez já estabilizada, a maioria das mulheres sente uma melhora significativa na disposição, e algumas delas percebem até um aumento da libido. Esta é a grande oportunidade para retornar à vida sexual e experimentar novas sensações, pois a elevação da irrigação sanguínea, do volume de água e das secreções vaginais, fazem com que a vulva aumente de tamanho e fique mais lubrificada, tornando a penetração muito mais fácil. Diante disto, posições que antes pareciam praticamente impossíveis, podem acabar se tornando preferidas e muito prazerosas para o casal.


Quando a mulher entra no terceiro trimestre, geralmente a indisposição volta devido ao inchaço das pernas e pés, da difícil respiração e do cansaço que vem mais rápido. Estes e muitos outros fatores, como a preocupação com o parto, costumam esfriar novamente a relação, e nesta época vale mais uma vez lembrar, que o diálogo continua sendo muito importante.
Se a mulher decidir por não fazer sexo porque não está se sentindo bem, sua decisão deve ser respeitada pelo parceiro. Afinal, é ela quem está carregando o bebê e, mais que ninguém, sabe o quanto esta tarefa é difícil.


Caso a mulher esteja se sentido bem disposta e a gravidez transcorrendo normalmente, nada impede que o casal tenha relações sexuais nesta fase. Entretanto, nas duas últimas semanas, as posições que favoreçam a penetração profunda não são recomendadas.
O fato de a barriga estar consideravelmente grande faz a mulher perder um pouco da sua mobilidade e, consequentemente, a capacidade de assumir algumas posições durante o ato sexual. Mas isso pode e deve ser considerado como mais um estímulo à busca de uma variedade de novas posições.


Após o parto, independente de qual tipo seja, o resguardo de quarenta dias é necessário e, nesta fase, o sexo com penetração deve ser evitado, dando lugar ao sexo manual e oral leve. Mas depois deste período, a vida sexual normal deve ser retomada.


Algumas mulheres podem sentir, durante a fase de amamentação, um certo desconforto ao fazerem o sexo com penetração. Isto ocorre em razão do desequilíbrio hormonal, que provoca uma diminuição da lubrificação vaginal. Mas este desconforto pode ser amenizado com o auxílio de lubrificantes à base de água indicados pelo médico.

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