quarta-feira, 23 de março de 2011

Presos em protesto contra Obama no Rio são libertados

Os 12 manifestantes presos na sexta-feira (18) após participarem do ato contra a visita do presidente americano Barack Obama, ao Rio, saíram do presídio na noite desta segunda-feira (21), após a Justiça do Rio conceder um habeas corpus pela manhã. Um estudante menor de idade também foi detido, mas foi liberado no domingo (20). As informações foram confirmadas pela Secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap).

O grupo é acusado pela polícia de lesão corporal, dano ao patrimônio e tentativa de incêndio. Segundo os agentes, um coquetel molotov supostamente lançado por manifestantes contra o consulado dos Estados Unidos feriu um vigilante, que trabalhava no local. Os acusados afirmam inocência.

Os homens presos foram encaminhados ao presídio Ary Franco, em Água Santa, no subúrbio. Eles alegaram que foram obrigados a raspar a cabeça. No entanto, a Seap esclareceu que todos os custodiados passam pelo procedimento por questão de higiene. Já as mulheres, foram levadas para a penitenciária em Bangu, na Zona Oeste. No grupo havia uma idosa de 67 anos.

Ainda no sábado (19), os advogados dos manifestantes presos entraram com habeas corpus no Plantão do Tribunal de Justiça, mas o pedido foi negado.

A Polícia Civil informou, na noite de sexta-feira (18), que pediu as imagens do circuito interno de segurança do consulado americano, no Centro. Segundo a polícia, os agentes pretendem identificar o suspeito de ter lançado o coquetel molotov.

A assessoria de imprensa do PSTU, partido organizador do protesto, informou, no sábado (19), que divulgou um comunicado no qual reafirma o caráter pacífico da manifestação e que nenhum militante do partido organizou ou participou do ataque.

A Polícia Militar foi acionada para reprimir a manifestação. Segundo o relações públicas da PM, coronel Lima Castro, a intervenção foi necessária porque os manifestantes jogaram o artefato incendiário no consulado. Um vigilante ferido recebeu atendimento e prestou depoimento. Ele deixou a delegacia por volta das 22h, e não quis falar com a imprensa.

Perícia no entorno do consulado
Agentes do Esquadrão Antibombas e do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) fizeram uma perícia no entorno do consulado americano. Segundo o coronel Lima Castro, os manifestantes estavam bastante “exaltados”. Policiais do Batalhão de Choque e do 13º BPM (Tiradentes) reagiram para "conter os ânimos dos manifestantes”, disse o coronel. Segundo a PM, a situação no consulado já está sob controle.

Márcia Lopes, da direção do PSTU no Rio de Janeiro, negou que os manifestantes tenham jogado um coquetel molotov contra o consulado. “A polícia reagiu com violência contra um protesto pacífico”, disse ela ao G1.

Ela afirmou, no entanto, que houve fogo durante a manifestação. “Teve fogo vindo da polícia. Se isso [o coquetel molotov] aconteceu foi coisa de infiltrado. Não era a orientação do partido”, disse ela.

“Nossa intenção era protestar contra o Obama, contra a presença de tropas brasileiras no Haiti e contra esse ataque que está para acontecer na Líbia”, disse ela.

"Por tradição, fazemos manifestação e não concordamos com qualquer tipo de violência. Não queremos desmoralizar nossos atos", afirmou o assessor do partido, Rodrigo Noel.

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