terça-feira, 26 de outubro de 2010

A Folha é o que é porque o dono é o que é

Seleção Natural: Um guia prático de capitalismo selvagem, Collor e Maluf: “é imoral perder dinheiro”
Seleção Natural: um guia prático de capitalismo selvagem, Collor e Maluf: “é imoral perder dinheiro”
O projeto editorial da Folha (*) é vestir o Presidente Lula de palhaço, amarrá-lo num poste no centro do picadeiro e ver o circo pegar fogo.
A Folha (*) quer que o Brasil se dane.
Por isso ela publica palavrão.
Entrevista o Daniel Dantas DEPOIS de preso e pergunta o que achou da investigação.
Vaza investigações da Polícia Federal para beneficiar passador de bola, como Daniel Dantas, ou empreiteiros corruptos.
Faz do Fernando Henrique um bom caráter, ao reconhecer um filho de dezoito anos, que ele escondeu enquanto teve vida útil.
Publica uma ficha policial falsa da Dilma.
Dá destaque a um comercial de papel higiênico feito para desmoralizar a Dilma e o Lula.
Publica um texto sórdido de um ex-militante do PT para desmoralizar o Presidente Lula.
É irrelevante o que dizem os colonistas (**) da Folha (*).
Como diz o Mino Carta, o Brasil é o único país do mundo em que jornalista chama patrão de colega.
No caso da Folha (*), os colonistas chamavam o “seu Frias” de “gênio” e o filho, Otavio  Frias Filho de “muito culto e inteligente”.
O que interessa é saber o que pensa o patrão.
E para realizar esse exercício, o Conversa Afiada se dispôs a passar uma parte deste fim de semana a ler “Seleção Natural” – Ensaios de cultura e política”, da editora PubliFolha (!).
É um exercício narcisista de erudição que esconde o que a Folha (*) é: o jornal conservador, Golpista.
O autor é Otavio  Frias Filho, também notável dramaturgo, repórter, antropólogo, crítico de cinema, autobiografado e, nas horas vagas, Publisher da Folha (*).
O ensaísta se propõe a  falar de Hamlet, Tocqueville, de Darwin – o título do livro diz muito, “Seleção Natural” – Nelson Rodrigues, Orwell e a Princesa Diana.
Quem é ele ?
“Esse romântico, esse melancólico, cultua musa geométrica; seu modo de entender as coisas e o os acontecimentos é o de buscar, a seu tempo, simetrias, compensações espaciais e diagramas”.
(Pág. 204, do pósfácil (?), de Marcelo Coelho.)
O que pensa ele, que busca, segundo o posfaciador, “uma matemática visual” ?
“Condena ‘tudo o que está aí’, mas não acredita que ‘outro mundo seja possível’. Gostaria de presenciar revoluções que torce, com razão (?) para que não aconteçam. Acha que ‘tudo já foi dito’, mas confia na capacidade que uma obra de arte possui caráter de antecipar o futuro (?)”
“Os ensaios de Otavio  Frias Filho  mostram que não há muita esperança pela frente…”
(Pág. 209, do posfácil.)
“A negação da História, que vemos constantemente repetida no pensamento do autor, seria então mais do que uma evidência, um álibi para sua insatisfação pessoal; diminuir a política, como faz o diretor do maior jornal do país, é um paradoxo e uma coerência ao mesmo tempo.”
(Pág. 207.)
Cito o pósfácil, porque é muito chato tentar chegar ao fio da meada dos ensaios propriamente ditos.
O autor trata de assuntos irrelevantes com o apoio de autores irrelevantes, ou de assuntos relevantes com análises irrelevantes.
Como ensaísta, ele merecia viver no caderno “Mais”, que guarda do patrão essa característica imprescindível para ensaiar na Folha (*): ser incompreensível.
Porém, é um engano pensar que o autor seja um nihilista irresponsável.
Não, há uma lógica nesse nihilismo.
Não é à toa que o Autor gosta do “Fim da História” do Fukuyama.
Seria tão bom se o mundo acabasse no dia em que Muro de Berlim caiu …
O livro é, na essência, uma homenagem ao pai.
Um pai que ele define no “Visões do Exílio”, pág. 136, ao tratar do jornalista português Victor Cunha Rêgo.
O que pensava o “Seu Frias”, segundo o filho ?
“… o mundo como ele é, dominado pelo dinheiro, pelas relações de força, pelas pressões oriundas da necessidade”.
Há uma carta do Autor ao padre que celebrou a missa em memória do pai (pág. 194), onde há acréscimos à personalidade paterna: “foi cético quanto a natureza humana”; “é imoral perder dinheiro nos negócios”.
Pouco antes, na página 191, Otavio Frias Filho republica a carta que mandou ao presidente Collor, que perseguiu a Folha (*), como hoje a Folha persegue o presidente Lula.
E lá, na carta, o valente Autor diz que apoiou as ideias neoliberais, frustradas em Collor, e que o Governo FHC (que o Autor apoiou e apóia) pôs em prática: privatização, redução da máquina do Estado – “do ponto de vista programático há mais convergência do que divergência entre as posições do jornal e aquelas que o sr (Collor) vem pregando”.
O Autor se esconde atrás de nihil-hermetismo, mas deixa transparecer algumas preferências.
(O ensaio “Introdução à historia sentimental do tucanato” demonstra que o Autor deveria poupar os leitores de qualquer analise política. A página dois da Folha (*) consegue ser melhor.)
A seleção (i)natural que faz na obra de Tocqueville é para ressaltar que o Tocqueville morria de medo da democracia de massas, como a que existe hoje no Brasil.
Ou autor se esmera em descrever a seleção natural de Darwin – o título já demonstra isso – que percorre como subtexto e explica toda a Obra.
Como diria o pai: é imoral (!) perder dinheiro.
Ou seja, o capitalismo é a nossa moral.
Por isso, o Conversa Afiada discorda do Nassif, quando diz  que a Folha não tem rumo.
Mesmo quando você trabalhou lá, Nassif, a Folha (*) era o que é.
Tanto é que o “Seu Frias” mandou o Claudio Abramo embora e botou o Boris Casoy no lugar.
Quando o Serra era editorialista da Folha (*), Nassif: a Folha (*) sempre soube que rumo seguia.
Não, Nassif, a Folha (*) tem e sempre teve rumo, sim.
O rumo do “Seu Frias”, o amigo número Um do Maluf.
(Clique aqui para ver que o Ministério Público suspeita que o Maluf ia construir um crematório para sumir com os que eram presos com a ajuda dos carros de reportagem da Folha (*) )
É o capitalismo feroz da Seleção Natural de Henry Ford.
É o Golpe de Estado – o PiG (***) – para tirar esse palhaço de lá.
E entregar ao Serra.
“Viverei o suficiente para ver o Serra dar jeito nesse país”, disse o Seu Frias, pouco antes de morrer, a um ex-amigo comum.
Essa é a epígrafe que faltou ao livro do filho.
O título do primeiro capítulo do livro é “O Fim do Futuro”.
O Conversa Afiada concorda: o Serra é o fim do futuro.
Paulo Henrique Amorim
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; do câncer do Fidel; da ficha falsa da Dilma; de Aécio vice de Serra; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos,  reconheceu um filho; e que, nos anos militares, emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(**)Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (***) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.
(***)Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
Publicado por admin · Canal: Destaque, Política 

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