terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Só um milagre está impedindo que haja uma tragédia nas casas de show baianas por Leidiane Brandão


                 A legislação na Bahia é falha e tragédia como a que ocorreu em Santa Maria  pode se repetir aqui. De acordo com o capitão Josiel Ferreira, do Corpo de Bombeiros não existe uma lei de prevenção e pânico de incêndio no Estado. O que há é uma lei municipal que abrange apenas Salvador e a cidade de Feira de Santana, cada uma com suas normas individuais.
Segundo Ferreira, para que haja uma fiscalização por parte do Corpo de Bombeiros em casas de shows, bares e boates é necessário que o responsável pelo empreendimento envie um ofício solicitando a análise da planta do projeto contra incêndio.
Caso o projeto se adeque com as normas estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o responsável precisa enviar outro oficio, solicitando uma vistoria no ambiente.
Após a vistoria, um atestado do Corpo de Bombeiros será emitido com autorização com validade de um ano. Ainda de acordo com Ferreira, pela falta da lei, o Corpo de Bombeiros não pode fazer vistorias sem solicitação do proprietário. Com isso, incêndios podem acontecer nesses locais a qualquer momento por falta de fiscalização.
O capitão ressalta que as tragédias acontecem pela ausência da prevenção, que por sua vez se inicia através da execução de um projeto de segurança contra incêndio e pânico. Este projeto dimensiona quais preventivos devem ter na edificação e de que forma deve ser instalados. Aliado a isto deve haver pessoas capacitadas para agir no inicio das chamas, orientando a evacuação rápida e segura, combatendo o princípio de incêndio. 
“Todo local que reúne público deve haver brigadista para evitar que tragédias como a que ocorreu no Rio Grande do Sul sejam evitadas”, disse.
O capitão ressalta o que deve contar num projeto de edificação como, por exemplo, em uma casa de shows: detector de fumaça, sinalização e iluminação de emergência, além de hidrantes a depender da edificação. 
Ele orienta aos clientes desses estabelecimentos que ao adentrar num local destes devem observar com atenção quantas saídas existem, onde se localizam, se estão desobstruídas. Atentar para a sinalização de emergência, e em caso de início de incêndio se manter calmo e sair com brevidade do local.
Segundo o capitão, para a vistoria de um projeto de uma boate que não oferece tanto risco de incêndio é cobrado uma taxa de 0,70 centavos por metro quadrado de área construída. Apesar do valor, ele informou que são raras as vezes que o Corpo de Bombeiro é chamado para realizar a vistoria nesses estabelecimentos. 

Nenhum comentário: