sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Secretaria de Combate ao Racismo da CUT solidária com alunas vítimas de crime de discriminação na Bienal do Livro do RJ


Na XV Bienal do Livro do Rio de Janeiro, um funcionário da editora Abril/Veja negou a senha de acesso para autógrafo a duas alunas, alegando “não gostar de mulheres negras” e indo além: “Você é favelada e preta de cabelo duro”.O crime de injúria e discriminação racial ocorreu no Riocentro durante a visitação de estudantes do Colégio Estadual Guilherme Briggs, de Niterói.
“É inaceitável que o representante de uma editora, que teoricamente deveria prezar pela divulgação do conhecimento e da cultura, tenha se manifestado de forma tão preconceituosa e racista”, declarou a secretária nacional de Combate ao Racismo da CUT, Maria Júlia Reis Nogueira. Na verdade, ressaltou, “este é o tipo de postura criminosa que semanalmente temos acompanhado nas páginas da Veja, revista que tem revelado uma profunda discriminação pelo Brasil e pelos setores populares”.
De acordo com as alunas, uma delas teria insistido e teve de escutar que não ia ganhar por ter a pele negra. Ao dizer que aquela agressão era “bulling”, “crime”, “ele respondeu que podia ser o que for, e que não ia dar nada para ele”. Ao retornar com os colegas, chorando, a diretora do Colégio voltou ao stand e se dirigiu ao gerente da editora Abril/Veja, denunciando o fato e o funcionário. “Ele estava brincando, Não leve isso a sério, senão vai prejudicar a empresa”, alegou o gerente.
Diante da reação do responsável pela editora, a diretora registrou Ocorrência na 77ª Delegacia de Polícia, em Niterói, sob o nº 077-05231/2011-01 e encaminhou aos órgãos competentes do Estado (Cedine, Supir).
O artigo 2º, inciso I do Estatuto da Igualdade Racial, é claro:  “Discriminação racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada”.

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