Na XV Bienal do Livro do Rio de Janeiro, um funcionário da editora Abril/Veja negou a senha de acesso para autógrafo a duas alunas, alegando “não gostar de mulheres negras” e indo além: “Você é favelada e preta de cabelo duro”.O crime de injúria e discriminação racial ocorreu no Riocentro durante a visitação de estudantes do Colégio Estadual Guilherme Briggs, de Niterói.
“É inaceitável que o representante de uma editora, que teoricamente deveria prezar pela divulgação do conhecimento e da cultura, tenha se manifestado de forma tão preconceituosa e racista”, declarou a secretária nacional de Combate ao Racismo da CUT, Maria Júlia Reis Nogueira. Na verdade, ressaltou, “este é o tipo de postura criminosa que semanalmente temos acompanhado nas páginas da Veja, revista que tem revelado uma profunda discriminação pelo Brasil e pelos setores populares”.
De acordo com as alunas, uma delas teria insistido e teve de escutar que não ia ganhar por ter a pele negra. Ao dizer que aquela agressão era “bulling”, “crime”, “ele respondeu que podia ser o que for, e que não ia dar nada para ele”. Ao retornar com os colegas, chorando, a diretora do Colégio voltou ao stand e se dirigiu ao gerente da editora Abril/Veja, denunciando o fato e o funcionário. “Ele estava brincando, Não leve isso a sério, senão vai prejudicar a empresa”, alegou o gerente.
Diante da reação do responsável pela editora, a diretora registrou Ocorrência na 77ª Delegacia de Polícia, em Niterói, sob o nº 077-05231/2011-01 e encaminhou aos órgãos competentes do Estado (Cedine, Supir).
O artigo 2º, inciso I do Estatuto da Igualdade Racial, é claro: “Discriminação racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada”.
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