domingo, 29 de abril de 2012

Carta aos trabalhadores da Nordeste, Transbank e Prosegur


     No último dia 08 de março a Prosegur comunicou formalmente à Comissão Nacional de Valores Mobiliários - CNVM da Espanha (Bolsa de Madri onde são negociadas as ações da empresa) a aquisição das empresas Nordeste Segurança e Transbank no Brasil pelo valor de 825 milhões, incorporando ao seu quadro funcional mais 20.850 trabalhadores, estendendo a sua presença aos Estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí, contabilizando um total de mais de 51 mil empregados no país, tornando-se a maior empresa do segmento de segurança privada em todos os tempos, devendo controlar, no mínimo, mais de 50% das atividades de transporte e guarda de valores no país.
Neste segmento a concentração é outro dado relevante e três empresas (Prosegur, Brinks e Protege) passam a controlar quase 90% desse serviço no país.
Tudo isto tem reflexo na organização dos trabalhadores, nas negociações, nas conquistas e no emprego, merecendo as reflexões, avaliações e a adoção de providências necessárias, a exemplo do fortalecimento das nossas organizações sindicais, da unidade política dos trabalhadores, do aperfeiçoamento dos nossos instrumentos de luta e da ampliação das nossas alianças sindicais nacionais e internacionais, especialmente com os trabalhadores de países onde estão presentes as empresas Prosegur e Brinks.
Este processo de aquisição vinha sendo acompanhado há mais de um ano, quando em uma visita à sede da Prosegur  em Madri por dirigentes da CNTV/Brasil e da UNI SINDICATO GLOBAL,  a direção da empresa comunicou informalmente as negociações para a aquisição do grupo Nordeste.
Nos próximos dias convidaremos os dirigentes sindicais para um encontro, quando definiremos uma agenda de diálogo nacional com a empresa, buscando garantir que a transição preserve os empregos e melhore as condições dos trabalhadores.
Neste momento algumas indagações ainda estarão sem respostas.
Outras, no entanto, são claras
a)  Neste modelo de aquisição o trabalhador da Transbank ou Nordeste não vai precisar sair para entrar como novo na Prosegur. O contrato de trabalho continua normal;
b) A marca (farda, carros, etc.) pode mudar logo ou não, depende das estratégias da empresa e do mercado;
c) Demissões? Sim pode haver, especialmente no setor de transporte de valores e administrativo. Daí o papel dos Sindicatos, da sindicalização e da união dos trabalhadores na negociação para manutenção do emprego.
d) A concentração facilita as negociações? Sim e não. O Sindicato que não se organizar não se fortalecer, não terá força para enfrentar o gigante. Sindicalizar é fundamental. O desafio é firmar a CCT nacional que busque tratar todos igualmente.
e) As decisões e diretrizes não serão locais, mas nacional e internacional. Daí a importância do estreitamento das nossas alianças com trabalhadores e suas organizações sindicais na America latina e, especialmente, Europa.
Com um fraternal abraço,
José Boaventura
Presidente da CNTV e do Sindicato dos Vigilantes do Estado da Bahia
(71) 3525-6520

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