No último dia 08 de março a Prosegur comunicou formalmente à Comissão Nacional de Valores Mobiliários - CNVM da Espanha (Bolsa de Madri onde são negociadas as ações da empresa) a aquisição das empresas Nordeste Segurança e Transbank no Brasil pelo valor de 825 milhões, incorporando ao seu quadro funcional mais 20.850 trabalhadores, estendendo a sua presença aos Estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí, contabilizando um total de mais de 51 mil empregados no país, tornando-se a maior empresa do segmento de segurança privada em todos os tempos, devendo controlar, no mínimo, mais de 50% das atividades de transporte e guarda de valores no país.
Neste segmento a concentração é outro dado relevante e três empresas (Prosegur, Brinks e Protege) passam a controlar quase 90% desse serviço no país.
Tudo isto tem reflexo na organização dos trabalhadores, nas negociações, nas conquistas e no emprego, merecendo as reflexões, avaliações e a adoção de providências necessárias, a exemplo do fortalecimento das nossas organizações sindicais, da unidade política dos trabalhadores, do aperfeiçoamento dos nossos instrumentos de luta e da ampliação das nossas alianças sindicais nacionais e internacionais, especialmente com os trabalhadores de países onde estão presentes as empresas Prosegur e Brinks.
Este processo de aquisição vinha sendo acompanhado há mais de um ano, quando em uma visita à sede da Prosegur em Madri por dirigentes da CNTV/Brasil e da UNI SINDICATO GLOBAL, a direção da empresa comunicou informalmente as negociações para a aquisição do grupo Nordeste.
Nos próximos dias convidaremos os dirigentes sindicais para um encontro, quando definiremos uma agenda de diálogo nacional com a empresa, buscando garantir que a transição preserve os empregos e melhore as condições dos trabalhadores.
Neste momento algumas indagações ainda estarão sem respostas.
Outras, no entanto, são claras
Outras, no entanto, são claras
a) Neste modelo de aquisição o trabalhador da Transbank ou Nordeste não vai precisar sair para entrar como novo na Prosegur. O contrato de trabalho continua normal;
b) A marca (farda, carros, etc.) pode mudar logo ou não, depende das estratégias da empresa e do mercado;
c) Demissões? Sim pode haver, especialmente no setor de transporte de valores e administrativo. Daí o papel dos Sindicatos, da sindicalização e da união dos trabalhadores na negociação para manutenção do emprego.
d) A concentração facilita as negociações? Sim e não. O Sindicato que não se organizar não se fortalecer, não terá força para enfrentar o gigante. Sindicalizar é fundamental. O desafio é firmar a CCT nacional que busque tratar todos igualmente.
e) As decisões e diretrizes não serão locais, mas nacional e internacional. Daí a importância do estreitamento das nossas alianças com trabalhadores e suas organizações sindicais na America latina e, especialmente, Europa.
Com um fraternal abraço,
José Boaventura
Presidente da CNTV e do Sindicato dos Vigilantes do Estado da Bahia
(71) 3525-6520
Presidente da CNTV e do Sindicato dos Vigilantes do Estado da Bahia
(71) 3525-6520
No ultimo dia 4 de abril o Presidente do Sindvigilantes/Bahia falou numa Audiência Publica na Comissão de Direitos Humanos do Senado. Denunciou caloteiros e quebrões e pediu a aprovação dos 30% do risco de vida. A audiência transmitida ao vivo pela TV Senado foi conduzida pelo Senador Paulo Paim (PT/RS), um grande aliado dos vigilantes. Boaventura e outras lideranças da categoria denunciaram os golpes que tem vitimado vigilantes, especialmente nos órgãos do Estado, BB, Caixa, Petrobras e outros contratantes. Denunciou ainda o desrespeito, o tratamento indigno e preconceituoso contra todo trabalhador terceirizado e as condições de trabalho indecente. Vigilantes trabalhado em postos que não tem locais para fazer refeição, nem instalações sanitárias (em postos da Caixa o famoso “balão” é a salvação), assentos para aliviar o peso do trabalho em pé, que não recebem horas extras, que permanecem de plantão por 24 horas para atender alarme sem receber, entre muitas outras coisas graves. Diante das denuncias o Senador se comprometeu a chamar a Caixa Econômica, Banco do Brasil e Petrobras para outra audiência. É assim que se faz a luta: botando a cara, falando na cara e desossando a malandragem, o desrespeito e o trabalho indecente. Denuncie, participe do Sindicato, reconheça seu valor.